Salários congelados e menos concursos: como a PEC 241 pode afetar o funcionalismo público. E deputados e senadores estão incluídos nesse grupo?
Isso acontece porque o limite é global e vale para todos
os custos de um Poder ou de um órgão. Dessa forma, se o Executivo tiver que
dar mais verba para as escolas, por exemplo, poderá segurar as remunerações
de seus empregados. Na prática, isso equivaleria a reduzir os salários,
porque a inflação - medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo) - é a desvalorização do dinheiro, quanto ele perde de poder de compra
em determinado período. Sem a correção, é como se o pagamento diminuísse, porque
o mesmo valor compra menos do que antes.
O congelamento é sugerido por causa do grande peso que os
salários têm no orçamento. Em 2015, 20% das despesas do governo federal foram
com pessoal. Para efeito de comparação, as chamadas despesas correntes, que
incluem os custeios com saúde, educação e ciência, corresponderam a 27% do
mesmo total.
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A estabilidade no cargo, diz a economista-chefe da XP Investimentos Zeina Latif, também seria um ponto a ser discutido. Ela argumenta que, ao ter essa garantia, o profissional deveria começar com um salário mais baixo, para estimulá-lo a se desenvolver. Segundo Latif, uma saída seria adotar valores do setor privado como "meritocracia e concorrência". Essas práticas, diz, já estão presentes em países como Dinamarca, Reino Unido, Suíça e México. "Com o teto, a gente vai precisar discutir prioridades e o incômodo em relação a quão caro é o nosso funcionalismo vai ficar mais explícito. Se a sociedade começa a se incomodar com a estabilidade no setor público quando há tanta gente desempregada, a discussão pode se tornar uma pauta política."
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