Com pressão do dólar, preço do diesel deve subir a partir de setembro
O Governo mantém subsídio de R$ 0,30 por litro do combustível até 31 de dezembro, mas novo cálculo do preço de referência anunciado pela ANP deve elevar o custo para o consumidor final. O preço do diesel deve voltar a pesar no bolso dos consumidores.
Após três meses congelado, o preço de referência do diesel - aquele praticado pelas refinarias - volta a ser reajustado neste sábado (1º) com base na nova metodologia de cálculo divulgada no começo da semana pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) - e esse aumento deve se refletir nas bombas.
“[O aumento no preço] não tem nada a ver com a nova fórmula. O preço de comercialização do diesel considera o câmbio e o preço do petróleo, que é em dólar. Na medida que temos o preço do petróleo subindo e o dólar já acima de R$ 4, haverá um aumento substancial do preço do diesel em reais”, afirmou o diretor da Plural, associação que representa as distribuidoras de combustível, Leonardo Gadotti.
Procurada para comentar os possíveis efeitos da nova fórmula no preço de comercialização do diesel, a assessoria da Petrobras informou, por telefone, que a companhia “ainda está avaliando as mudanças”.
Segundo Adriano Pires, do Cbie, “o governo continuará cumprindo o acordo com os caminhoneiros”, ou seja, manterá o subsídio de R$ 0,30, valor pago pelo Tesouro às refinarias e distribuidoras. Além disso, fica mantida a redução de mais R$ 0,16 a partir da dedução de impostos que incidem sobre o combustível.
“O preço na bomba nesse período não variou porque não houve aumento acima dos R$ 0,30”, lembrou o presidente da Plural. Porém, com a nova escalada do câmbio e do preço do barril de petróleo, a diferença entre o preço de referência e o preço de comercialização – o praticado nas bombas – “estourou em muito e já não é mais suficiente para cobrir o prejuízo das distribuidoras. Então, a diferença vai para o consumidor’, ressaltou.
O presidente da Plural destacou que, diante desta nova metodologia de cálculo, “as empresas não querem importar”. Ele avaliou que “ou isso levará ao desabastecimento, ou a Petrobras vai ter que importar na marra”. Por conta disso, ele defende nova revisão da fórmula.
Fonte: g1.globo.com/economia
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