Esse é o filme mais visto na NETFLIX atualmente, mas é uma das maiores bombas já feitas pela plataforma de streaming


Embora seja atualmente o filme mais visto da Netflix, O romance jovem adulto com vibe dark, responsável por adaptar o livro de mesmo nome escrito por Erin Doom até conseguiu se sair bem na plataforma devido à sua base de fãs, mas entregou uma versão cinematográfica sofrível com problemas de estrutura e desenvolvimento. Para quem ainda não viu a adaptação da Netflix e quer saber de antemão a avalanche de problemas que vem por aí, o filme O Fabricante de Lágrimas é uma das maiores bombas já lançadas pela plataforma.

Caterina Ferioli atriz principal do filme


Co-escrito e dirigido por Alessandro Genovesi, o longa-metragem de drama e suspense conta a história de dois adolescentes que moram no mesmo orfanato e são adotados por uma família amorosa, sacramentando uma relação de amor e ódio que já vinham alimentando há anos.


Embora alguns traumas de infância sejam apresentados no final do filme para justificar a maneira como se tratam, a relação do casal continua a ser confusa e tóxica, se resumindo na maior parte da história a serem grosseiros um com o outro ou se pegarem escondido pelos cantos da casa em que agora estão morando.


Nem o amor ou o ódio que sentem é explicado de maneira convincente para o público e a analogia da lenda de o fabricante de lágrimas que usam para descrever a relação é apresentada de um jeito sem pé, nem cabeça.


Não é preciso entender muito de cinema para perceber que há algo de errado com as cenas que aparecem no filme. Além de muitas delas não fazerem sentido com o que foi mostrado anteriormente, elas deixam evidente que algo foi excluído entre as imagens, como se pedaços da história tivessem sido cortados na pós-produção, ainda que a sequência fosse essencial para que entendêssemos o que estava acontecendo.


Diferente de outros longa-metragens que usam esse recurso de "esconder' momentos da história para que o telespectador preencha aquelas lacunas com a sua imaginação, aqui claramente há cortes problemáticos, que deixam a audiência confusa, sem saber como a trama caminhou do ponto A para o ponto B.


Todo esse estranhamento na edição e montagem do filme, no entanto, parece fazer parte de um problema ainda maior: a correria que O Fabricante de Lágrimas tem para contar sua história.


Desde suas primeiras cenas, o filme parece correr para apresentar os personagens, explicar o que está acontecendo e partir logo para o centro da ação. O problema é que, nem quando chegamos lá, esse ritmo diminui e tudo vai sendo jogado na tela sem muita explicação. A não ser, é claro, as cenas mais quentes do título — essas, sim, parecem ser sido feitas com toda a calma do mundo.


Além do desenvolvimento apressado, essa ânsia de acabar o longa-metragem com 1h40 de duração faz com que muitas histórias paralelas nem sejam resolvidas, como é o caso da relação de Nicky e Sveva que é simplesmente esquecida e fica como uma grande ponta solta.


Não há dúvidas de que os diálogos de O Fabricante de Lágrimas são um show (de terror) à parte. Embora seja visível que os atores estejam se esforçando para levar as cenas a sério — e as atuações, inclusive, sejam um dos pontos mais razoáveis do filme —, os diálogos são todos forçados, nunca soando verdadeiramente naturais.


As conversas entre Nica e Rigel são de longe as piores da trama, sempre cheias de silêncios que deveriam exalar tensão e paixão, mas soam apenas desconfortáveis. Há pausas esquisitas na maioria dos diálogos travados entre o elenco — como se o filme quisesse a todo momento passar uma aura de mistério — e o texto, por si só, é sempre truncado, nunca parecendo uma conversa normal que dois jovens ou pais adotivos e seus novos filhos teriam.

Essa vontade de emular uma sensação de mistério e vibe sombria (que lembra em vários momentos Crepúsculo) é depositada, principalmente, no personagem de Rigel, que ganha uma "caracterização" bem caricata.


Além de aparecer de maneira excessivamente pálida, o personagem está sempre cabisbaixo, com o cabelo caindo e encobrindo os olhos. Coincidentemente, ele só tende a olhar com firmeza para Nica nas cenas em que aparece sem camisa, sendo no restante do tempo uma figura exageradamente retraída e incompreendida.


Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/entre-telas/filmes/o-fabricante-de-lagrimas-6-coisas-que-fazem-o-filme-da-netflix-ser-uma-bomba,a2acb0224875c97aa4d48f4bf163ab24q2dad6q0.html?utm_source=clipboard


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